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Agora escutei uma frase de Ziraldo

  • Foto do escritor: Monica Dominici
    Monica Dominici
  • 8 de jan.
  • 2 min de leitura

Agora escutei uma frase de Ziraldo: “O homem vive no menino, só que o menino não sabe; o menino vive no homem, só que o homem se esqueceu.”

 

Quando eu tinha trinta e poucos anos me deu faniquito de voltar a estudar, mas me achei velha demais pra encarar tudo aquilo outra vez... afinal era a hora dos meus filhos estudarem, não eu. (Por que será que achei que uma coisa excluiria a outra? Até hoje não sei...)

 

Adoro estudar, ler, ver as coisas por outros ângulos, vidas diferentes, pensadores, etc... (sim, sou geminiana e nasci no ano do macaco, deu nisso!) esse era um desejo que sabe-se lá o porquê, tinha dado como encerrado em minha vida. Aquelas crenças que são introjetadas na gente e que não questionamos, apenas aceitamos como a mais verdadeira das verdades...

Freud explica isso facilmente...

 

O tempo passou e de repente percebi que se tivesse começado naquele dia, já estaria formada... Enlouqueci! Inaceitável! Maria vai com as outras...ódio de mim.

 

Com algum atraso, mas sempre em tempo, corri para a faculdade e me matriculei na minha primeira pós graduação. Evidentemente eu era a mais velha da classe, com meus quarenta anos. Nem precisa dizer o quanto aproveitei cada segundo, cada aula, cada amigo novo, cada barzinho que frequentamos, cada trabalho, cada tudo...

 

Estava no dia da entrega do meu TCC... eu, em pânico... todas as normas da ABNT cumpridas, texto revisado, tudo direitinho, bate na porta uma senhora com seus setenta e poucos anos e pede permissão para entrar, sentou-se quietinha.

 

Depois da minha apresentação ela se levantou e foi entregar o seu trabalho de conclusão do curso com calma, força, coragem e elegância. Fiquei maravilhada!

Que potência, que coragem... não é fácil encarar as escadas da faculdade... não é fácil entrar em um grupo de jovens e ouvir, e falar, e entrosar, mas é apaixonante demais para não me permitir viver essa experiência...

 

Aprendi ali, aprendi com ela, aprendi na raça, na fé e na coragem que nunca é tarde para a menina que me habita soltar sua voz.

 

Hoje, depois de tantos outros cursos que fiz, e ainda faço, percebo que meus filhos jamais seriam uma justificativa para eu não poder fazer algo, muito pelo contrário, Bruna e Marcelo são minhas mais fortes molas propulsoras, meus maiores incentivadores, são eles que me impulsionam, que me dizem, vá mãe!

A crença era minha, não deles!

 

E sim Ziraldo, a mulher vive na minha menina, agora eu sei; e a menina vive na mulher, e jamais irei me esquecer outra vez, pode deixar!


20/06/2022



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