E os meus 55 chegaram
- Monica Dominici

- 5 de fev. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 5 de fev. de 2024
E no silêncio do meu quarto, ainda ao amanhecer, abri os olhos e pensei:
Levei 55 anos ou 20.075 dias para chegar até aqui...
Muita coisa mudou, obviamente... entretanto, muita coisa permanece intacta aqui dentro...
A vida ainda me parece algo maravilhoso de consumir, de devorar, de sugar até a última gota, assim como era antes...
Gosto muito de ler e aprendi grandes lições com os contos de infância... Cada um com sua moral, certamente me trouxeram uma visão até romântica demais, de que no fim tudo dará certo, mas eu gosto mesmo de viver assim e assim seguirei...
Acredito na força das amizades como em Branca de Neve e os sete anões e depois de anos entendi também daquele conto que os espelhos nem sempre ajudam rsrsrs... aquele papo de espelho, espelho meu... só serve para gerar mal-estar...
acredito que o bem vence o mal, que a bruxa e o lobo mau vão sempre se ferrar...
acredito que não importa a altura da torre, sempre haverá uma saída, Rapulzel,
acredito no trabalho, no empenho, no esforço em tudo, nas relações principalmente... como em a Cigarra e a Formiga, ou os Três porquinhos...
Mentira faz crescer o nariz, Pinocchio...
Acredito na minha intuição, como me ensinou Chapeuzinho Vermelho quando estranhou aquela vovozinha de orelhas, nariz e boca enormes...
Acredito na criatividade, nos prazeres simples da vida, em levar a vida sem tanta seriedade, que precisamos ter coragem e fazer escolhas sempre com o coração como me ensinou o Pequeno Príncipe.
Ah, acredito que a próxima história pode ser ainda melhor, como me disse a Sherazade, vale a pena não desistir, sempre haverá uma nova história.
Acredito profundamente no despertar pelo amor, como em a Bela Adormecida... Minha crença preferida! Adoro!!!!
Sempre gostei muito de andar a cavalo. Ganhei um pônei quando era muito pequena e ali começou minha história naquele universo. Fiz anos de hípica, mas gostava mesmo de correr pelas estradas de terra com meus amigos por aí...
Tomei 2 grandes tombos... o primeiro saltando na escola da Hípica, o segundo, cavalgando pela Nova Zelandia... Nas duas quedas me lembrei das palavras da minha babá quando eu ficava com medo: “Vai Mô! E se cair, do chão não passa...”
Hoje vejo que ela tinha razão... do chão não passa...
Na minha concepção infantil brega romântica, a vida deve ser sempre fantasiada, deve haver muito mais que só o real duro do concreto, deve ser colorida, musicalizada, inventada, dançada, pois vida sem fantasia é uma vida que eu não gostaria de viver... e se por acaso meus planos não derem certo, os contos estão ai para me mostrar que tudo é possível, sair da boca da baleia com vida, fugir do caldeirão fervendo da malvada, sempre aparece um lenhador perdido pra ajudar, os passarinhos ajudam a limpar a casa, sempre terá um coelho com um relógio a me guiar pelo caminho e assim a vida segue leve, como deve ser, e do chão jamais passarei...
Sou a mistura das Monicas que me habitam, sou o caldo do liquidificador, que a cada dia se transforma em algo novo, porém sempre carregando em mim a minha história, com muita honra!
Que venham os próximos 55!
Que Deus me dê sempre saúde, é o que peço fortemente! O resto, com meu jeito atrapalhada sonhadora e lotada de esperança dou um jeitinho!




Comentários