volley
- Monica Dominici

- 8 de jan.
- 2 min de leitura
Atualizado: 13 de jan.
Achava lindo aquele jogo, queria tanto fazer parte...
Só se podia jogar depois da quinta série...
Tive que esperar, assistia sentada na arquibancada minha irmã detonando na quadra.
Bola voava, alguém rebatia com precisão, bloqueios, saques, tudo calculado.
Logo cheguei a quinta série. Ufa, agora ninguém me segura!
Primeira aula de Educação Física lá estava eu, louca pra entrar na quadra...
Separamos os times e fomos aprender as regras do jogo.
Ansiosíssima...
Professor Clodoaldo pôs força naquele apito, peguei minha posição com muito orgulho…Mais uma vez o som do apito, jogo estava começando.
Puf, a bola veio com força em minha direção... Que máximo! Essa é pra mim!
Minha nossa! parece um meteoro caindo do céu! Estiquei meus braços com fé e pah botei aquela bola pra voar! Que lindo! Ela voou pra bem longe, talvez um pouco mais longe do que eu havia calculado...
Saiu da escola, passou por algumas casas, atravessou a rua e foi parar na Brunella...
-Mônica, pegue a bola, disse o professor.
Essa foi a primeira de milhares e milhares de vezes que fui buscar a bola na Brunella.
Todo início das aulas de Educação Física era um sufoco, minhas mãos suavam, minha respiração ficava ofegante... -Será que um santo vai me escolher para o time de volley, ou vou ter que amargar neste banco micado??? O que os meninos vão pensar de mim??? Seria um total desprestigio!
Sentada na arquibancada esperava em desespero por ouvir meu nome...
Sabia que apesar de admirar aquele maldito jogo com todas as minhas forças ninjas nunca tive jeito pra coisa.
Tinham alunas que se matavam pela vitória. Garra, perseverança eram seus lemas, jamais entravam numa quadra pra brincar, lutavam até o fim, joelhos sangrando, mãos doidas, braços roxos…
O mais impressionante é que justo uma das alunas que não entrava em quadras pra perder era a santa que jamais esquecia de mim , mesmo com minha indiscutível total falta de habilidade…
Ela era rápida, destemida, obviamente uma líder nata, já eu, quando via aquele gigante meteoro caindo do céu em minha direção… ahhh… ou fugia, ou teria sido melhor se tivesse fugido… Um show a parte!
Apesar de toda vontade que esta minha amiga tinha de ganhar o jogo, ainda prevalecia sua compaixão e altruísmo!
E são os pequenos gestos, (não tão pequeno neste caso, dado o tamanho da encrenca) que fazem a total diferença em nossas vidas!
Te agradeço imensamente, e até hoje sinto vontade de jogar volley, no seu time claro!
09/09/15




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